Voz: O Instrumento Humano

O entendimento de que a voz humana é um instrumento musical passa desapercebido por todos até que nos conscientizamos desta qualidade que temos.

Mesmo sendo um mecanismo muito pequeno, que se comparado em tamanho com um instrumento de orquestra talvez se aproxime das dimensões de um piccolo, a voz humana tem a capacidade de criar sons tão variados e belos quanto uma variedade de instrumentos musicais.

O interessante também é que quando começamos a entender como a voz e os diversos sons são criados podemos comparar o nosso sistema vocal perfeitamente com um instrumento musical.

Todos os instrumentos tem uma fonte de som que vibra no ar para gerar a freqüência que percebemos como tessitura e timbres, um ressonador que reforça o som básico criado, como se fosse um amplificador do som e da sua freqüência aumentando a força da vibração; e um orifício ou irradiador para transmitir o som para fora.

Por exemplo: no violino as cordas são a fonte de som, e na voz humana a fonte de som são as nossas pregas vocais (também chamadas popularmente como cordas vocais); no violino o ressonador que amplifica o som é a cavidade do corpo do vilolino (caixa acústica), e na voz humana o papel do ressonador é a laringe; no violino o que irradia o som são as fendas (as aberturas laterais na parte de cima do instrumento), na voz humana o componente irradiador é a boca!

Cantores experientes competem muito bem com qualquer instrumento musical acústico.

Quando cantamos o ar que expiramos pela nossa traquéia faz vibrar as nossas pregas vocais criando as freqüências do som que são amplificadas pelos espaços (ou cavidades) da nossa laringe, faringe e parte interna da boca (palato, amídala, úvula, etc...), e quando os nossos lábios se abrem irradiamos o som para fora, parecido com a função do megafone.

Como o ser humano, com um instrumento musical tão pequeno pode produzir sons tão notórios?

É o que pergunta o Professor do Departamento de Patalogia da Fala e Audiologia da Universidade de Iowa, Sr. Ingo R. Tilze, que junto com um time de cientistas e fabricantes de instrumentos musicais trabalham em entender melhor os mecanismos da voz humana.

Uma nova e importante constatação é que os sons que criamos são interações não lineares, isso quer dizer que os componentes do nosso sistema sonoro trabalham independentemente; todos os movimentos que fazemos com nossa faringe, palato, língua e outros músculos da região, bem como a intensidade do ar que passa pelas pregas vocais, e as tensões que exercemos nelas podem criar os mais diversos sons com as mais diversas intensidades e produzir grandes efeitos.

O Professor Ingo R. Tilze é diretor do National Center for Voice and Speech ( Centro Nacional da Voz e da Fala) nos Estados Unidos e já escreveu mais de 500 artigos sobre suas pesquisas e constatações. Se alguém quiser conhecer mais sobre o assunto, este é o site http://www.ncvs.org/

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